Portador de enfermidade degenerativa, estava no leito há mais de 10 anos, paralisado, na mesma posição.
O apresentador lhe fez a última pergunta para encerrar o programa.
Pediu-lhe que, em um minuto, o garoto definisse o que é a felicidade.
A criança sorriu, pensou um pouco, e respondeu com simpatia:
“Olha, amigo, para mim, que estou há tantos anos deitado de costas nesta cama, sem outro movimento
a não ser o dos lábios e dos olhos, a felicidade seria poder deitar um pouco de bruços ou então de lado.”
Ambos riram e a entrevista foi encerrada.
No dia seguinte a criança paralítica recebeu a visita de uma senhora, na casa onde estava hospedado.
Ela estava um tanto inquieta, desejava falar-lhe com certa urgência, antes que ela se fosse da cidade,
pois não residia em Uberlândia.
Convidada pelos anfitriões, a senhora acercou-se da cama móvel da criança e disse emocionada:
Eu assisti ontem a sua entrevista na TV, e gostaria de lhe dizer que você me fez ver a vida de forma diferente.
Estava já há algum tempo, enfrentando séria crise existencial...
Tenho uma vida que considero dentro dos padrões de normalidade.
Sou saudável e tenho uma situação financeira satisfatória, mas nos últimos tempos viver não estava fazendo mais sentido.
Embora aparentemente tenha tudo para ser feliz, vinha desejando por um fim nessa vida vazia que levo.
Mas quando vi você nessa cama, viajando pelo Brasil afora levando esperança e consolo às pessoas que sofrem,
comecei a refletir com mais seriedade sobre a vida.
Afinal, pensei, eu posso dormir na posição que deseje, mover-me para o lado que quiser, andar, correr, saltar
e por esse motivo eu já deveria ser mais feliz que você, não é mesmo?
A criança dialogou com ela por mais alguns minutos, contou-lhe casos engraçados da sua própria desgraça
e ambos riram muito.
A senhora se foi, e a criança, carcereiro de um corpo deformado, ficou meditando a respeito de como Deus
é justo e misericordioso.
De como lhe havia concedido a oportunidade de, com o seu exemplo, confortar e consolar outras pessoas
que perderam a vontade de viver, e ao mesmo tempo, iluminar a própria intimidade com resignação e coragem.
Ela sentia, nas profundezas do seu ser, que estava recebendo conforme suas obras, como afirmara Jesus,
mas tinha a vontade férrea de espalhar sementes boas, apesar das dificuldades e limitações físicas.
Pense nisso!
Evangelize...
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